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Os 5 perfis de engajamento da Curva de Adoção


Fila de pessoas em frente a loja Louis Vuitton
Photo by Melanie Pongratz on Unsplash

Esse artigo fala dos perfis de adoção e suas principais características, trazendo conceitos de como engajar com cada um deles e como criar uma estratégica para cada momento da curva de adoção. Veja abaixo os principais tópicos e inicie sua jornada por onde for mais interessante para você.




 

Quando vemos filas em frente de lojas esperando pelo último lançamento da coleção ou pelo último produto de tecnologia nos perguntamos: "Que tipo de pessoa acorda cedo para pegar uma fila dessa?". Bom, não é tão díficil assim de descobrirmos. Para isso temos algo chamado curva de adoção.



Curva de adoção e seus perfis.


Everett Rogers identificou que ao mapear a vida de um produto (do nascimento até a decadência) era possível perceber que também existe uma curva de adoção do produto por parte dos consumidores. E Rogers viu que esse processo de adoção engaja diferentes tipos de pessoas, desde as mais antenadas a ideia de um novo produto até àqueles consumidores que só adquirem o produto depois de vê-lo na mão de um monte de gente. Para encontrar cada um desses perfis basta estudarmos a trajetória de vida de um produto.


Gráfico com duas linhas. Uma que indica os Lucros de uma empresa durante sua vida e outra que indica suas vendas. Abaixo vemos os nomes das cinco fases do ciclo de vida.
Gráfico do Ciclo de Vida de um Produto

A primeira fase da vida de um produto é o seu desenvolvimento. Nessa etapa o produto ainda não foi lançado, mas com certeza existem pessoas que acompanham o mercado onde ele vai ser lançado, provavelmente, pessoas super inovadoras que estudam, acompanham tendências, feiras e tudo o mais que precede possíveis lançamento nesse mercado. Quando o produto entra em sua fase de lançamento esse perfil já sabe e espera cada lançamento. Esse perfil é o primeiro da curva de adoção e se chama: INOVADORES.


INOVADORES


Os Inovadores tem como característica estarem na frente de todos quando o assunto é o produto. Por exemplo, existem muitos fãs da Apple, mas existem aqueles que leem os rumores dos novos lançamentos, procuram frequentemente novidades e estão na fila no dia do lançamento. Geralmente os Inovadores são convidados para experimentarem produtos em fase beta (teste), são convidados para grupos de pesquisa e conseguem estar cientes do futuro em uma indústria muito antes que os demais. Esse grupo está construindo a tendência ao mesmo tempo em que ela se forma.


PRIMEIROS ADEPTOS


Se continuarmos a olhar o ciclo de vida vemos que a próxima fase é a de Crescimento. As pessoas nessa fase apostaram de que o produto que os inovadores vem falando há tempos é bom. E esse grupo adora o novo. Eles topam o teste. E são os grandes responsáveis pelo sucesso do produto. São eles que podem iniciar ou não o chamado “efeito manada”.


Deles vão sair os primeiros comentários populares sobre o produto, por isso, eles são chamados de Primeiros Adeptos. Eles começam uma onda positiva ou não, sobre aquele produto, caso seja positiva a fase de Crescimento no ciclo de vida realmente passa a impulsionar os lucros e ter um bom horizonte. Se for negativa o futuro do produto pode ser totalmente seputado logo em seus primeiros dias.


MAIORIA INICIAL E MAIORIA TARDIA


Se há crescimento positivo isso leva o produto para a próxima etapa no ciclo de vida: Maturidade. O desafio do produto aqui é se tornar grande, tanto em market share como também top of mind, essa é a fase que mais tem que durar para que a vida do produto seja longa. Nessa etapa a curva de adoção apresenta dois novos perfis.


O primeiro deles se chama Maioria Inicial, e maioria por que a intenção é mesmo falar da maioria das pessoas. Alguns chamam de mainstream, outros de “massas”, todavia, a intenção é sempre a mesma, a parcela comum da maioria das pessoas. Entre esse maioria, existem aqueles que se permitem influenciar pela empolgação dos primeiros adeptos, afinal, eles já viram, testaram e estão falando bem do produto. E nesse instante em que a maioria inicial aceita determinado produto, ele passa a ter uma fatia de mercado muito grande.


Conforme o tempo se passa, aquele produto passa a ser visto em muitos lugares, por muitas pessoas, daí vem um novo perfil chamado Maioria Tardia, aqueles que passam a adquirir o produto quando o mesmo já é extremamente difundido. Eles são o perfil menos ligado naquele segmento, elas fazem suas versões desatualizadas permanecerem um longo tempo em suas vidas e só mudam quando o novo praticamente virou um senso comum de aceitação.


RETARDATÁRIOS


Só que a história não para por ai. Dentro do ciclo de vida existe uma fase chamada Declínio, onde o produto envelheceu ou a maioria já não o usa mais, afinal, pode ter uma opção ou versão melhor daquilo. Aquele produto é coisa do passado, nessa etapa a curva de adoção nomeia o seu último público: os Retardatários.


São as pessoas que passam a usar o produto quando o mesmo já está super saturado ou até mesmo fora de moda. Eles são contrários à novidades no segmento em questão e adotar um novo produto não tem urgência nenhuma para eles.


Vale ressaltar também que mesmo que o produto não esteja necessariamente em declínio podem existir os retardatários. Por exemplo, podemos considerar retardatários as pessoas que nunca usaram um computador até hoje e passaram a usar esse ano. Ou seja, os computadores não estão em declínio, e isso é um fato. Também já foram adotados pela maioria tardia há muito tempo. Se alguém ainda resiste ou está tendo acesso a eles só agora, poderiam ser considerados retardatários dentro desse segmento.


Esses são os perfis da curva de adoção. Agora vale uma dica. Uma pessoa pode estar em um determinado perfil em um segmento e em outro em um lugar totalmente diferente. Por exemplo, alguém pode ser um verdadeiro inovador ou primeiro adepto dentro do segmento de tecnologia e ser considerado maioria tardia no segmento de moda.

Talvez você até conheça alguém exatamente assim. Por isso, entender a curva de adoção é entender o seu público e seus comportamentos. Muitas vezes nos dedicamos a engajar somente os primeiros perfis da curva de adoção e esquecemos que precisamos pensar na trajetória do nosso produto a longo prazo e estabelecer a estratégia que queremos tomar.


Podemos destacar, por exemplo, a estratégia agressiva de lançamentos da Apple. Sempre que a versão antiga de um iPhone está chegando na Maioria Inicial e/ou Tardia, já existe uma nova versão sendo lançada para os inovadores e primeiros adeptos. Dessa forma, sempre há espaço para o novo e sempre haverá espaço para o velho e as fontes de receita se equilibram entre os perfis dando longevidade para a empresa e alavancado seus próximos lançamentos.



Entendendo como engajar os perfis da Curva de Adoção.


Vamos pensar um pouco em como se aproximar de cada perfil. Cada um deles possui características próprias que pedem estratégias próprias. E a melhor maneira de evoluir nas etapas da curva é conquistar de fato cada uma delas, uma de cada vez.


Depois de passado e definido uma estratégia para cada uma das fases você pode se dar ao luxo de trabalhar simultaneamente algumas delas. Como dito no exemplo anterior, lançando um novo produto para os inovadores enquanto a versão anterior é massivamente divulgada entre a maioria inicial.



O nicho chamado Inovadores.


Esse público tem raízes fortes em seu segmento preferido. Por isso, você precisa entender onde essas pessoas estão, quem são e o que fazem. Um público amante de moda pode frequentar passarelas, lançamentos, eventos de revistas especializadas, feiras e semanas de moda.


A dica é mapear todos os canais, meios e lugares que as pessoas que são inovadoras no segmento estão. Onde elas vão para se informar sobre o futuro do segmento que tanto amam, como elas perseguem os rumores e as possíveis novidades dos produtos que gostam. Aqui estamos falando de nichos muito específicos, por isso, o mapeamento detalhado é necessário para podermos nos aproximar deles.


E por serem um público engajado é preciso tomar cuidado na hora de definir sua estratégia de comunicação. Por exemplo, o salão do automóvel atrai muitos amantes de carro. Não apenas inovadores, mais outros perfis também. E a dica é que os inovadores não apenas gostam de visitar uma feira tipo salão do automóvel, eles vão já sabendo o que encontrar lá. Os inovadores já leram a respeito de cada montadora e os prováveis lançamentos que elas levariam para a feira, essa é a diferença.


Eles estão muito a frente dos demais. Então, no caso da feira de automóveis, ter conteúdo novo e mais personalizado é muito importante. Eles vão esperar de você uma profundidade que todo o restante da feira não faz necessariamente questão. Todavia, você já deveria estar falando com os inovadores há muito tempo, pois eles estiverem em contato com tudo que existe sobre o segmento há muito tempo antes da feira.


Portanto, esteja onde eles estão. Mas vá além da comunicação, provoque uma interação. Inovadores amam tanto algo que eles de fato, testam, inventam, tentam fazer algo. Não é difícil encontrar inovadores que aprendem mecânica no segmento de carro, ou inovadores no segmento de cerveja que tentam fazer a própria cerveja.


Os inovadores são apaixonados, conhecedores e também “engenheiros” do segmento. Provocar engajamento é também trazê-los para dar sua própria opinião sobre o produto e tê-los interagindo e opinando sobre a marca.



O perfil que pode te lançar: Primeiros Adeptos.


Esse público também ama a marca, todavia, são menos pretensiosos quanto a testar, conhecer o que deu certo e errado e os bastidores de um segmento. Os Primeiros Adeptos testam coisas, mas de outra maneira, aderindo o mais cedo possível. Sua paixão pelas marcas faz com que eles sejam os primeiros a comprarem algum lançamento. Por exemplo, primeiros adeptos da Apple acompanham os anúncios de novos produtos, leem os releases e até spoilers. A diferença dos Inovadores é que eles não participam do momento anterior ao lançamento, interagindo e gerando o novo.


No geral são entusiastas da marca, querem tê-la antes que qualquer pessoa. Adoram novidades e amam ser paparicados pela marca. Para trabalhar com esse perfil é importante se atentar em três palavras: relacionamento, respeito e motivação.


A primeira palavra, relacionamento é muito importante aqui, pois é isso que eles procuram, algo em troca de todo amor que depositam. Manter um bom CRM, notificações, serviços exclusivos e até personalizados ganham esse consumidor. A outra palavra importante é respeito, pois eles também vão dar muito feedback sobre aquele novo produto ou serviço, eles querem se sentir ouvidos, querem saber que suas opiniões evoluíram a marca e querem ser bem atendidos em suas necessidades. Muitas vezes em lançamentos temos muitos ajustes para serem feitos no caminho, esse público até entende que isso faz parte da sua decisão de ter um produto recém lançado, mas ele quer que a marca seja ágil e solícita.


Por último, a palavra motivação. Ser reconhecido por suas atitudes. Você precisa dar voz e visibilidade para esse público, ele quer mostrar que apostou em você e não se engane, ele quer algo em troca. Dê visibilidade pra essas pessoas em alguns canais da marca, expresse sua gratidão, conheça elas pelo nome. Tudo que envolver gratidão e reconhecimento vai fazê-las se sentirem embaixadoras da marca. Essas ações aumentarão o engajamento da sua marca com seu público, o que de fato é preciso para alcançar o próximo perfil.


A grandeza de ser popular com a Maioria Inicial.


Esse é o perfil que todo produto quer alcançar. A Maioria Inicial são as pessoas que começam a acreditar no produto ou serviço outrora adotado pelos Primeiros Adeptos. E que começam dar voz e volume para o produto. Esse perfil não compra o produto na primeira semana de lançamento e nem frequenta um serviço sem antes ouvir muito sobre ele.


Uma das primeiras coisas que a Maioria Inicial nota é a opinião das pessoas. Justamente dos que tiveram a coragem de ir lá e testar, se a experiência deles foi boa elas também darão uma chance ao produto. Ações com testimonial são comuns para atrair os olhares desse perfil. Mídia de massa e alto valor de investimento em publicidade ajudam a criar nessa massificação do produto. Produzir a sensação de que todo mundo fala dessa marca e ela pode ser vista em todos os lugares é chave para você começar a entrar na mira da Maioria Inicial.

Agora lembre-se que tudo vai começar a crescer em escala. Não perca o controle do atendimento, da experiência e dos feedbacks. Uma marca pode se dar muito bem entre os primeiros dois perfis da curva de adoção, afinal são pessoas dispostas ao risco, mais pacientes com alguns erros e claro um volume menor de clientes.


Aqui é ao contrário, um volume muito maior, pessoas que não querem concorrer tantos riscos e quase nada pacientes com erros. Elas querem ter certeza de que as coisas vão correr bem. E se algo correr mal isso irá se espalhar rapidamente. Prepare-se para acompanhar o volume de crescimento, estoque e logística, canais de atendimento e tudo que importa para que o consumidor se sinta bem recebido.


Consolidando a maturidade com a Maioria Tardia.


Esse público praticamente não corre riscos. Eles usam um produto ou serviço depois que já é comum entre as pessoas. São bem mais tradicionais e provavelmente tem suas manias.


É um perfil mais complicado de agradar, por isso, foque em deixar claro seus atributos e vantagens. Sua proposta de valor precisa ser muito bem endossada e apoiada no fato de estar um bom tempo no mercado e ter um público grande de pessoas. Use seus outros clientes como ponte para esse outro perfil, eles serão chaves para convencer as pessoas.

Entenda com quem você compete pela atenção desse perfil. Aqui um entendimento dos concorrentes, produtos substitutos e outros hábitos é fundamental. Entenda onde é a dúvida que ainda bloqueia a adesão desse público e responda ela de maneira objetiva, mostrando os motivos para esse público criar coragem de provar o novo e ter uma vida ou experiência bem melhor como consequência dessa decisão.


Retardatários.


Poucas marcas trabalham esse perfil. Essas pessoas não procuram sua marca e provavelmente tem algum preconceito com ela. Talvez sejam muito fiéis a outros concorrentes, ou apenas sejam apegados a outro comportamento onde não há espaço para você.

Uma das estratégias de trabalhar nessa etapa da curva é usar seu público mais fiel para convencer esse público. Por exemplo, você pode estimular os netos que adoram celular a convencer os avós a usarem. Eles tem autonomia e intimidade para se fazerem ouvidos e mudarem os hábitos dos retardatários. Se você mesmo for fazer esse trabalho, adote uma postura bem educativa, didática e paciente. Esteja pronto para argumentar e tentar mudar a visão deles sobre você ou o que oferece. Tente espelhar o mundo deles e apontar como o que você faz irá ter sentido na vida deles.


Agora que você conhece mais dos perfis da curva. Adote uma postura de investigador. Só é possível trabalhar com esses perfis quando conhecemos a fundo o comportamento deles. Faça pesquisas, entrevistas, observações, tudo que for necessário para você saber os porquês das atitudes de cada público. Depois de conhecer, monte um plano de canais, meios e formatos que fazem sentido na vida das pessoas. Se aproximar da realidade deles, entender, ter empatia e a partir dela iniciar um diálogo é a melhor forma. Se você tentar uma ruptura do hábito deles ou ser abrupto na mensagem e na necessidade de mudança você pode assustá-los. Tenha a clareza do que impede eles de se aproximarem do produto e entendendo essa barreira busque maneiras de se aproximar.


Para terminar vale lembrar que o caminho pela curva é longo. E muitas vezes não vale a pena fazer todo o caminho com um produto entre os perfis, levará muito tempo e com certeza enquanto você faz isso os seus concorrentes estarão observando seu erros e acertos e lançando outras versões da mesma coisa. Assim, você pode chegar no fim da curva completamente ultrapassado.

Muitas marcas fazem o caminho em ondas. Lançam um produto e o incentivam até a Maioria Inicial, logo em seguida já lançam um novo produto ou melhoria de serviço entre os inovadores. Assim enquanto o produto antigo vai a luta entre a Maioria Tardia e os Retardatários, já existe um novo produto agradando os perfis mais ansiosos por novidades e inovação. Dessa forma você sempre terá novidades para os perfis iniciais e produtos já provados pelo tempo para conquistar os perfis mais atrasados da curva.


Todavia, é muito desafiador seguir essa sequência de curtos lançamentos. As empresas pequenas costumam focar só nos primeiros perfis da curva. Seja qual for a sua escolha, lembre de definir muito bem os perfis, frequência e logística para atuar com eles. Frustar um perfil pode colocar tudo a perder para eles e para o resto do caminho na curva de adoção.



4 passos para conquistar os perfis da Curva de Adoção.


Existem muitas maneiras de criar estratégias pra cada perfil da curva de adoção. De maneira geral existe uma dica clássica: conheça as particularidades, desejos de cada um dos perfis. A partir daí você conseguirá fazer estratégias específicas para cada grupo, porém, não é só adequar a mensagem que fará você ter sucesso em um dos estágio da curva.


É extremamente desafiador trabalhar os perfis da curva e fazer com que um influencie o outro. Foi isso que Geoffrey Moore destacou em seu livro Atravessando o Abismo, entre cada um dos perfis há um abismo que impede que um produto passe de uma etapa de adoção a outra com naturalidade. Ou seja, esse abismo é uma analogia para a dificuldade que um produto tem de ser adotado por cada perfil.


Falaremos um pouco da estratégia de Moore para ilustrar como você pode se preparar para trabalhar os perfis da Curva de Adoção. Assim conseguiremos aprofundar um pouco mais sobre como vencer os desafios que podemos encontrar na curva de adoção.


Vamos trabalhar com um exemplo:


Uma empresa de produtos para segurança doméstica. Que oferece como produto câmeras de segurança, cerca elétrica e afins. Digamos que ela está na fase de apresentar seus produtos para a maioria inicial.


No início de sua caminhada ela se posicionou muito bem entre os Inovadores, conseguindo certificações de segurança, fazendo presença em feiras e atuando na internet com muito conteúdo falando das tecnologias que acrescentou ao mercado através de sua atuação.


Também conseguiu emplacar seus serviços entre os Primeiros Adeptos, atraiu muitas pessoas com suas inovações e um ótimo CRM, com tecnologia de câmeras HD e preços super competetivos. Com esse tipo de abordagem conseguiu despertar uma pequena tendência entre quem gosta de ter a última tecnologia de segurança em sua casa e estava esperando um bom motivo para testar.


Agora que está consolidada no nicho mais ligado a esse tipo de serviço, a empresa quer se mostrar como uma opção para as casas populares. Entrando nos bairros mais populosos e oferecendo seu serviço a pessoas que usam o tipo de proteção convencional (grades, cerca elétrica, espetos, etc.).


Dessa forma, vamos discutir um pouco como a empresa pode se posicionar para essa fatia da curva de adoção usando os passos apresentados por Moore para enriquecer nosso exemplo.


Passo 1. Mire o ataque.


Estude o perfil da curva que você quer alcançar naquele momento. Esse conhecimento vai permite que você segmente suas ações pensando no comportamento, nas ideias, nos desejos desse público. E de fato encontre a melhor estratégia para se engajar com eles.


Se pergunte "Quem são as pessoas e quais suas características?". No caso do nosso exemplo, pessoas que tem casa própria, donos de loja e condomínios. Todos aqueles que tem um imóvel e querem proteger o acesso e os bens que tem dentro dele. Para encontrar essa resposta você tem duas ferramentas:


Pesquisa de mesa.

Existe uma infinidade de informação disponível na internet. Chamamos isso de dados secundários. Pesquise por site e blogs que já possam ter produzido conteúdo sobre o tipo de pessoa que você procura. Veja o site dos concorrentes e o tipo de conteúdo que o segmento disponibiliza na internet. Procure por associações e entidades do setor, eles podem ter pesquisas primárias prontas. Recorra a fóruns e veja o que as pessoas comentam e falam. Outra fonte de informação são as redes sociais, as pessoas revelam muito sobre isso e sobre suas expectativas nelas.


Pesquisa primária.

Chame pessoas que representem seu público para conversar. Se conseguir, faça isso em grande escala e com amostragem, caso não seja possível, faça entrevistas de profundidade com as pessoas. Perguntando mais sobre elas e buscando observar o comportamento delas. Existem institutos de pesquisa que fazem isso com muita agilidade e preços altamente acessíveis, vale a pena consultá-los.


"Mirar o ataque" significa entender o que seu público sente, pensa e fala sobre seu produto. Vamos exemplificar alguns achados de pesquisa em nosso exemplo para continuar:


O perfil das pessoas na Maioria Inicial que foram estudados acham que sua segurança convencional já é o suficiente e que a inclusão de câmeras só aumenta os gastos. Esse público costuma ter cachorros para servir como alarme e usam técnicas caseiras como “deixar as luzes ligadas” quando viajam para parecer ter alguém em casa.


Tirando como exemplo possível esses dados, agora a empresa sabe com quem está lidando e pode seguir para a segunda etapa.


Passo 2. Prepare a invasão.


Planeje para que seu produto responda as questões do público levantadas na etapa anterior. Foque sua estratégia nessas questões e decida como consegue atender a demanda quando convencê-los. Aproveite esse momento pois é o tempo que você tem para se planejar. Quando você começar a comunicar tudo deve estar pronto.


É muito difícil começar uma tática para chamar a atenção do público despreparado. Atrair as pessoas significa ter que estar pronto para atendê-las. Por isso, além de adequar a mensagem você precisa preparar sua logística e estabelecer metas.


Defina o quanto você quer crescer (ou pode crescer). Defina praças para expandir sua atuação e foque sua demanda para não deixar seu produto faltar. Prepare o estoque para isso ou mantenha uma organização mínima de logística. Para te auxiliar você pode usar duas técnicas básicas de demanda:


Just in Case.

Essa metodologia pode ser traduzida como “caso algo venha a acontecer” a atuação logística será acionada. Você imagina a demanda de antemão que terá e deixa tudo preparado para recebê-la. Isso significa que dificilmente será pego de surpresa, todavia, se a demanda for menor do que o esperado vai acabar com coisas encalhadas no estoque. Trabalhar com o método Just in Case ajuda a ser rápido e eficiente mas requer um bom fluxo de caixa e capacidade de armazenamento. Também é uma pressão maior, já que sobrar significa desperdício, a precisão para bater metas é real e latente.


Just in Time.

Esse método é totalmente diferente do primeiro, ele se baseia em deixar o estoque sob controle (o necessário para a demanda do dia a dia) e ir solicitando mais conforme a demanda. No caso, você estará preparado para atender a demanda planejada e caso aumente você aciona seus fornecedores para te atender prontamente de maneira ágil. Financeiramente precisará de menos capital de giro e terá maior gerenciamento do crescimento, porém seu estoque não terá reservas para possíveis momentos de alavancagem. Caso algum fornecedor atrase ou tenha problemas sua operação será drasticamente afetada.


Entender como atender a demanda te faz estar prepararado para alcançar a etapa da curva necessária. Não adianta prometer atender todo um bairro e não estar pronto quando isso acontecer. Mapeie as rotas, os locais onde os clientes estão, os meios de publicidade e os formatos necessários, deixe tudo preparado para uma grande entrada.


No nosso exemplo, podemos imaginar a empresa tomando algumas decisões. Por exemplo:


Aumentando 20% seu estoque de produtos in loco e deixando seus fornecedores avisados de possível demanda (imaginando que usaram o método Just in Time), revisando seus parceiros e seus contratos de mídia.


Junto à sua equipe de publicidade, a empresa irá comprar mídia em lugares e canais de trânsito do público e também ativações junto aos seus consumidores. Ela também treinou seus funcionários para as principais dúvidas e receios que esse público tem, deixando seus canais de CRM preparados.


Elencou alguns influenciadores e personalidades para preparar conteúdo de redes sociais sobre a marca a fim de incentivar uma curiosidade sobre a empresa.


Passo 3. Defina a Batalha.


Conhecer seus competidores, quem são e quais são seus pontos fortes e fracos, onde eles estão? Como trabalham? Defina onde você vai brigar mais e onde você vai se posicionar para ser considerado por aquele perfil um líder.


Preparar toda sua atuação implica também em se preparar para a reação do mercado e dos concorrentes. Defina quem são e o tipo de atuação que eles tem com esse público em específico. Lembre-se que assim que começar o trabalho não só eles irão reagir como também o próprio consumidor irá te comparar com eles. Quais são os seus pontos fortes e fracos? Quais são os dos concorrentes? Prepare-se para brincar no terreno que você tem mais vantagem.


No nosso exemplo a empresa sabe que suas câmeras são muito melhores em resolução, tanto de dia quanto de noite, e a maior parte das câmeras do mercado não possuem resolução suficiente para identificar um suspeito. Esse é um dos pontos fortes dela. Outra coisa importante é destacar os pontos fracos da segurança doméstica tradicional, existem muitos métodos de burlar esse tipo de cerca e enganar os cachorros. Portanto, a empresa tem uma solução clara para se evidenciar diante das técnicas populares de segurança e uma vantagem competitiva frente à concorrência especializada. Escolhendo esses atributos ela vai pautar a conversa sobre o tema e terá vantagem competitiva clara.


Tanto a comunicação quanto todo o espectro de marketing deve trabalhar para reforçar esses atributos e todos os outros que forem necessários. Levar a batalha para o campo onde você tem mais chance de se destacar é o ponto principal desse passo.


Passo 4. A invasão.


Agora que seu plano está completo você precisa começar seu trabalho. Sua distribuição deve estar bem diante dos olhos do público e com todos os argumentos necessários. Meça como o público entende e reage a ela. Veja o que mais agrada e o que ficou confuso, mude e adapte, tornando sua atuação customizada à necessidade deles.


Em nosso exemplo podemos imaginar que ao começar o trabalho os novos consumidores reclamaram de não saberem exatamente quando serão atendidos. A empresa organizou-se para mandar push de notificação com a rota dos seus montadores e pedir feedback das pessoas logo que acabarem o serviço. Preparaou um pacote especial de atendimento para as regiões de atuação a fim de tirar as principais dúvidas.


Lembre-se que coisas novas podem surgir e você deve reagir criativamente a elas. Essa é a chave do sucesso: inovação e evolução. Agora a empresa de nosso exemplo pode considerar que está atuando fortemente com esse novo perfil da curva de adoção. Aos poucos e com o bom trabalho ela conseguirá se fortalecer totalmente com esse perfil e poderá pensar na próxima fase da curva de adoção: maioria tardia.


Para finalizar, a estratégia de atuação com os perfis da curva de adoção é modular e altamente personalizada. Criando uma estratégia para cada público e para cada momento da empresa. Aprenda a ler e setudar a curva de adoção pedaço por pedaço, fazendo planos específicos e focando seus esforços em cada um dos momentos.

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